A Grande Mentira
A grande mentira se refere à utilização de uma mentira tão grande que ninguém iria acreditar que alguém “pudesse ter a imprudência para distorcer a verdade de forma tão infame.” Seu corolário diz o seguinte: “se você contar uma mentira suficientemente grande e continuar a repeti-la, eventualmente, as pessoas virão a acreditar nisso.” Incontáveis médicos de confiança, seguindo a indústria farmacêutica, fizeram uso desta técnica de propaganda durante anos sem um pingo de evidência de que “transtornos mentais” eram o resultado de um “desequilíbrio químico no cérebro”.
Finalmente, não foi mais possível esconder o fato de que “a medicina” não foi capaz de identificar que substâncias químicas estavam “em desequilíbrio” no cérebro. Isso foi demonstrado quando os próprios médicos que fizeram a denúncia, admitiram que prescreviam uma série de drogas cegamente, na esperança de se esbarrar em algo que funcionasse. Finalmente, a indústria timidamente admitiu que não há absolutamente nenhuma evidência para essa afirmação, mas esta admissão foi apresentada com uma pequena fração da ênfase com que a mentira inicial foi apresentada. Até hoje, a maioria dos profissionais da área de saúde ainda acreditam nela.
Levantamentos da literatura médica publicados a partir de 1998 em diante não encontraram nenhuma evidência para uma relação entre qualquer problema mental ou emocional e a química do cérebro, mas os médicos e as campanhas de anúncios de TV direcionadas diretamente para os consumidores continuaram a apresentar o desequilíbrio químico como verdadeiro por mais de uma década.
Os efeitos negativos dessas drogas
Qualquer pessoa que tenha tomado as principais drogas psicoativas está plenamente consciente de que não se consegue parar de tomá-las facilmente. Médicos sugerem redução gradativa da dosagem, por meses ou mais, antes que uma pessoa possa parar de tomá-los – tempo durante o qual, é claro, a droga continua a ser comprada e o médico pago para prescrevê-la. Mas os efeitos negativos dos sintomas de abstinência de tais drogas são bem documentados – incluindo até mesmo o suicídio. O que acontece que tornas essas drogas tão “viciantes”, no pior sentido da palavra?
Um fármaco antidepressivo que funciona para alterar artificialmente os níveis de serotonina nas sinapses do cérebro produz um efeito. O efeito não é mudanças duradouras nos padrões energéticos, portanto, qualquer benefício é apenas temporário. No entanto, pode produzir um efeito duradouro que não é desejável. Estudos têm demonstrado que o cérebro responde à elevação artificial dos níveis de serotonina, por exemplo, através da supressão efetiva de sítios receptores da serotonina. Em outras palavras, se realmente haviam baixos níveis de serotonina – a medicação resulta em um cérebro ainda menos capaz de distribuir a serotonina através dos neurônios.
Quando você para de aumentar artificialmente os níveis de serotonina, parando a droga, os níveis funcionais caem abaixo de onde estavam antes de você começar. Eles permanecem baixos até que o cérebro dê conta de reabrir os sítios receptores.
A abstinência é definida como os sintomas que ocorrem após a interrupção abrupta ou redução no nível de ingestão das substâncias. Para que haja sintomas de abstinência, é preciso primeiro ter desenvolvido uma dependência física ou mental. Quando você opta por retirar uma droga, aí se referem a ela como um vício, algo ruim. Quando um médico prescreve a droga, ela é considerada uma medicação, algo bom.
Muito raramente as empresas farmacêuticas conseguiram lançar algo novo ao longo dos últimos 20 anos – algum novo composto, com novos efeitos. Em vez disso, tem sido lançadas drogas que se acumulam cada vez mais na corrente sanguínea, com efeito mais duradouro e ainda mais viciantes. Isto é apresentado como uma conveniência para os consumidores, como uma melhoria na qualidade e estabilidade dos efeitos da droga, mas o resultado é tornar mais difícil para os usuários parar de tomá-las.
A base para a Cultura de Drogas
Muitos artigos técnicos publicados para demonstrar a eficácia e segurança destes compostos – financiado pelas empresas farmacêuticas – apresentam pequenas diferenças estatísticas em relação a pílulas de açúcar (placebo). As listas de potenciais efeitos colaterais das drogas são tão assustadores que a maior parte das pessoas preferem nem sequer olhar. Estudos a respeito dos efeitos a longo prazo sobre a qualidade de vida, ou, ainda mais assustador, na segurança de seu uso a longo prazo, especialmente para as crianças, simplesmente não existem. Não haveria nenhuma dificuldade de rastrear esses efeitos, se tivesse interesse em saber.
Essa tarefa seria mais dificultada pela prática comum entre os médicos de prescrição “off-label” (prescrição na contemplada na bula). Não há quaisquer estudos – muito menos aprovados pela FDA – existentes para este tipo de uso, mas os médicos ouvem falar dessa forma de utilização através de representantes de drogas, ou de colegas criativos. Os efeitos positivos são muitas vezes tão pequenos – ou transitórios ou complicado por efeitos secundários graves – que é raro uma pessoa ter apenas um.
Eu vi crianças de 5 e 6 anos que receberam, ao mesmo tempo, um estimulante psicótico, um antidepressivo, um anticonvulsivante e, mais recentemente, um antipsicótico, apenas para que elas pudessem se comportar melhor na escola e em casa. Os efeitos destes coquetéis são muitas vezes apenas “atordoante”. As pessoas realmente não se sentem melhor, elas apenas não sentem mais nada.
Em tais casos, um tratamento inicial de treinamento cerebral pode se concentrar primariamente em suavizar a transição de coquetéis multidrogas para a ausência de medicação. Mas o treinamento pode fazer uma grande diferença na velocidade e desconforto na desintoxicação. O treinamento para alterar os níveis de ativação no cérebro afeta os neurotransmissores. Como os níveis artificiais estão sendo removidos, o próprio cérebro os substitui e ajusta os níveis de receptores.