Memória e o Cérebro

Você já parou para pensar o quanto a memória é importante para a sua vida e como ela pode dizer sobre a sua saúde física, mental e o equilíbrio do seu cérebro? E você sabia que o neurofeedback é uma técnica que pode ajudar a potencializar e manter a sua memória?

Convidamos o Marcelo Rutzen, supervisor e treinador da rede Brain-Trainer Brasil, para abordar esse assunto.

As 4 Fases da Memória

Este é um tema amplo e complexo, porém fascinante! Quero te contar mais a respeito, começando hoje por falar das fases da memória.

Existem, basicamente, quatro fases conhecidas para a memória: atenção, compreensão, armazenamento e recuperação.

Atenção

Desde pequenos aprendemos o mundo à nossa volta, “apreendemos esse mundo”, colocamos ele para dentro. Isso significa estabelecer memórias!

A atenção é fundamental para iniciar o processo de memorização. Se não há capacidade de foco e direcionamento da atenção, há pouca possibilidade de desenvolver uma boa memória. Especialmente a memória autobiográfica, que é aquela usada para dizer quem somos, em que acreditamos e que nos ajuda a definir para onde queremos ir. 

Ao não desenvolver uma boa memória, há boas chances de a pessoa também não conseguir aprender. A dificuldade de aprendizado, por sua vez, está relacionada a repercussões em diferentes esferas da vida, social, motora, de linguagem… São várias as  dificuldades que podem vir em decorrência disso, porque a memória não é só lembrar o nome dos objetos ou lembrar o telefone de alguém. Ela é uma função muito mais ampla e que ocupa o cérebro inteiro.

Atenção é um aspecto importante e aqui a gente já tem um elemento que, no treinamento cerebral com o neurofeedback e na modalidade que a Brain-Trainer utiliza, trabalhamos constantemente. Isso porque a gente trabalha sempre o cérebro inteiro e uma das modalidades de treinamento desse cérebro inteiro é trabalhar aspectos atencionais.

Então, ao fazer um treinamento com neurofeedback vamos sempre treinar a atenção, fazer isso repercute positivamente quanto à memória, porque se eu não direcionar a atenção é difícil eu registrar aspectos importantes da memória.

Compreensão

O segundo aspecto relacionado à memória, para que a gente possa ter uma boa memória, é a compreensão. É conseguir compreender aquilo que está acontecendo.

Além de captar uma informação ou um conjunto de informações da minha experiência, eu preciso compreender.

Compreender a informação é entender a lógica, as conexões das informações. Você tende a memorizar com muito mais facilidade a informação que você entende e não a que você decora.

E a compreensão exige sim aquela boa rede, aquela boa capacidade conectiva, um cérebro que se comunica bem, que tem as suas áreas todas bem interconectadas.

Nisso também o neurofeedback mostra-se importante!

Pois a boa capacidade de compreensão acontece principalmente se houver um equilíbrio entre os dois hemisférios. É preciso ter o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo bem equilibrados para que possa haver a compreensão.

No hemisfério esquerdo a gente registra mais palavras, os sentidos das palavras, os conceitos sobre o que significa isso, sobre o que é esse objeto, o que é essa ação, mas precisamos do hemisfério direito, que é responsável por tentar decifrar as coisas que são estranhas ou reconhecíveis no mundo e se elas pertencem ou não à alguma categoria, para ajudar a estabelecer um contexto. Porque um objeto, uma palavra, dependendo do contexto vai ter um significado completamente diferente.

O hemisfério direito também trabalha com as nuances, com os detalhes do tom de voz, por exemplo. Então, se o tom de voz varia numa palavra, eu vou ter um significado diferente.

Precisamos desses dois hemisférios funcionando de forma equilibrada para ter uma boa compreensão e, ao ter uma boa compreensão, fazer a próxima etapa que é armazenar a memória.

A compreensão exige um bom equilíbrio cerebral e aí entra o neurofeedback, mais uma vez, por trabalhar as conexões entre o cérebro, trabalhar os equilíbrios entre os dois hemisférios ou entre diversas regiões mais profundas. Fazemos isso no treino do cérebro inteiro (whole brain-training), assim conseguimos melhorar a capacidade de compreensão e consequentemente o armazenamento fica mais fácil de ser executado.

Relembrando, é preciso ter atenção, é preciso ter compreensão, e vamos à próxima fase!

Armazenamento

Internet, livros, jornais e novas ferramentas de comunicação trazem mais informações para o nosso cérebro, mas o homem sempre vai ter acesso a muito mais informações do que o cérebro consegue armazenar.

Para fazer um bom armazenamento é preciso que haja estruturas e principalmente que a pessoa, além de ter a capacidade de atenção e compreensão, tenha um bom equilíbrio emocional.

E a experiência em si não pode muito exaustiva ou muito desgastante para a pessoa, pois isso vai atrapalhar a capacidade de memória. Porque nesses momentos de exaustão, de desespero ou de dificuldade extrema, todo o esforço do cérebro será para manter a vida e não para registrar memória.

Vai registrar algumas memórias? Vai. Talvez registre algumas memórias de proteção. “Não chegue perto.” “Saí de perto.” Mas na maioria das vezes não serão memórias do tipo que a gente precisa para ter uma boa performance, que é guardar informações sobre o mundo e sobre como podemos nos adaptar com mais resiliência a cada circunstância do dia a dia.

A gente consegue guardar em momentos de tensão ou momentos de estresse extremo, porém informações importantes apenas para garantir a sobrevivência. E não para garantir a adaptação, que é o aspecto mais importante para a nossa vida.

Recuperação

Nosso cérebro hierarquiza as informações e a recuperação é a maior prova disso. Associações como cor, cheiro e som dão pistas à informação que precisamos lembrar e facilitam a recuperação.

E um quarto item importante da memória, uma quarta fase da memória, é a capacidade de recuperá-la.

Novamente, para recuperar a memória, eu preciso ter absorvido uma memória, uma compreensão da experiência bem ampla, com vários estímulos e sensações. A memória tem estímulos visuais, estímulos auditivos, estímulos internos de como eu estou me sentindo, como estão as minhas emoções, como está o meu funcionamento.

Se eu tenho uma experiência rica, fica muito mais fácil de algum elemento dela me facilitar o resgate dessa memória.

Então ter, novamente, um cérebro tranquilo, sereno, com bom equilíbrio emocional, sem um alto nível de estresse ou sem dificuldades entre as redes cerebrais, vai fazer com que eu tenha uma boa facilidade de recuperar a memória.

E, se eu consigo recuperar, eu consigo me adaptar.

Se eu participo de um evento qualquer, ou uma experiência qualquer. Na escola ou no trabalho, seja o que for que eu precise aprender, se me envolvo com aquela experiência, tendo um bom equilíbrio cerebral e capacidade de regular meu nível de estresse, eu vou gravar essa memória.

E toda vez que algo no ambiente tiver conexão com aquilo, seja em uma prova, uma questão que eu tenha que resolver. Ou seja, no dia a dia, num trabalho que eu tenha que fazer. Os elementos relacionados serão recuperados mais facilmente em um estado tranquilo, emocionalmente resiliente e com o cérebro todo bem conectado.

Um cérebro saudável forma e recupera bem as memórias

Você conheceu neste texto as quatro fases da memória e descobriu que, para elas acontecerem de forma eficaz, precisamos de um cérebro bem equilibrado. O treinamento cerebral através da metodologia Brain-trainer de neurofeedback, pode ser a técnica mais adequada para favorecer esse bom equilíbrio.

Autor: Marcelo Rutzen é treinador e supervisor de neurofeedback certificado pela Brain-Trainer  e atua em Itajaí/SC, em sua Clínica, chamada Espaço Aprender.

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