A Mentira da Certificação

O que é a certificação?

Em muitos campos profissionais há órgãos licenciadores e certificadores além dos conselhos profissionais criados para fiscalizar as competências dos profissionais em cada área. Contadores e cirurgiões são um exemplo. Mas a experiência nos ensina que fazer cursos e passar em testes não resulta em um nível mais elevado de performance ou melhores resultados necessariamente. Na verdade, em muitas áreas, a maioria dos provedores mais humanos e solitários podem ser os menos habilidosos em passarem por todos os obstáculos burocráticos e acadêmicos antes de chegar lá. A certificação é baseada na vontade do profissional de passar tempo, gastar dinheiro e fazer um teste. Compaixão, criatividade, intuição, entre outros são muito mais difíceis de se medir. Mas em alguns campos, ter uma licença ou certificação podem ser requisitos para a prática.

Certificação no Treinamento Cerebral

Felizmente, uma vez que o treinamento cerebral, assim como a meditação, é uma técnica não invasiva que permite que alguém mude a si mesmo, não há requerimentos de licenciatura ou certificação para usá-lo. Há, pelo menos até agora – apesar dos melhores esforços de alguns no campo – nenhuma licença, mas em 1981, no início do desenvolvimento do campo, um grupo de acadêmicos autonomeados reuniram-se para definir listas de leitura, plantas do conhecimento e padrões de ética necessários para praticar “apropriadamente”.

No final dos anos 90 o Instituto de Certificação de Biofeedback da América (Biofeedback Certification Institute of America – BCIA) – o nome mudou desde então – passou a certificar o neurofeedback. As regras foram estabelecidas em sua maioria por psicólogos juntamente com alguns profissionais da saúde mental, por isso não foi surpresa que eles decidiram que ninguém que não fosse um profissional da saúde mental licenciado seria qualificado para requerer a certificação. O benefício real da certificação é mais econômico do que de controle de qualidade: pode-se impedir a entrada na área para ter-se menos competição. Somente se alguém de fora do campo reconhece e requer a certificação pode ser impedido de entrar no mesmo. Se ninguém o reconhece, não faz diferença.

Então como isso funcionou?

Notando que não havia muita pressa para a aprovação deles – até menos entre o grupo que era apto – a BCIA tornou seus pré-requisitos mais flexíveis. Eles mudaram seu nome para Aliança de Certificação Internacional de Biofeedback (Biofeedback Certification International Alliance) e começaram a atrair mais treinadores de outros países. Mais importante, eles terceirizaram o marketing e o treinamento. 11 empresas com fins lucrativos (a maioria das quais vendia sistemas de neurofeedback) agora comercializam a certificação BCIA e cobram para fornecer cursos. A BCIA recebe pelos exames certificadores realizados.

Mesmo com tudo isso, entretanto, a última conta que fiz do site da BCIA mostrou dos milhares de profissionais treinadores ao redor do mundo somente 735 dos quais a BCIA certificou em neurofeedback. Existe uma forte representação de acadêmicos em oposição à formação de treinadores. As instituições que formalmente “reconhecem” a BCIA são as universidades que oferecem programas de Biofeedback.

Qual é o problema?

Custa cerca de U$ 2,500 dólares para fazer o curso e o exame para a certificação. Depois você trabalha com um supervisor certificado da BCIA por um período. É caro e toma tempo. E quais são os benefícios? Financeiramente, nenhum. Nenhum cliente ou plano de saúde irá pagar você a mais porque tem uma certificação da BCIA. Nenhum órgão licenciador reconhece a BCIA. Há outros grupos certificadores que são menos restritos que oferecem seguro contra prática irregular e consentimento informado.

Ficando fora de confusão

Se você tem o tempo e o dinheiro para gastar e se estiver disposto a esperar antes de começar a ajudar pessoas a mudarem suas vidas, então escolha a certificação da BCIA ou a Certificação das Terapias Naturais (Natural Therapies Certification Board). Do contrário, comece a trabalhar com um sistema que ofereça algum suporte, treine você e alguns membros da família para ganhar confiança e experiência e comece a ajudar pessoas a mudarem seus mundos.

A menos que seja um doutor ou tenha PhD em psicologia, não fale sobre diagnóstico. Não fale sobre cura (embora médicos da saúde mental raramente ofereçam a opção). Qualquer pessoa pode oferecer um serviço para ajudar os outros a melhorar o foco ou sentir-se mais seguro, aumentar o desempenho na prática de seu esporte favorito ou instrumento musical. Mas só doutores e PhDs podem “tratar” “TDAH” ou “distúrbios de ansiedade generalizados” entre outros.

Decidido ou não de que vale a pena investir tempo e dinheiro ao longo do processo de certificação, tenha em mente que não existe nenhum benefício real para tanto. Leia os próximos artigos do blog, pois apresentaremos outro modo de treinar cérebros – o seu ou de outros – e ajude aqueles com quem você trabalha a mudar suas vidas.

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